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Amamos Duvall - Disco 1

by Tiago Guillul

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1.
Manda o teu Derrida p'ró Inferno que aqui levamos isto a sério E porque não estás acima das regras ou nos dás sins ou nos dás negas A cabeça vem baixa mas a coroa não esconde Rei do Olimpo do não sei/não responde Descontrução aqui já não pega Ou pegas no martelo ou pegas na rega P'ra quem se cansou de brincadeiras de míudo e precisa de um sismo bem profundo que realmente abale tudo Eis Atanásio contra o mundo
2.
De certeza que os machos dos Países Baixos quando do mar inventaram o seu País Colocaram alto o tacão do salto e sem problemas empinaram o nariz Resta-nos somente o mesmo descaramento para construir bem alto a torre na raiz Amamos do céu, amamos da terra Amamos até quando cheira a napalm Amamos quando queremos, amamos obrigados Na depressão nós amamos Duvall É claro que o herói ri mesmo quando dói porque se habituou a unir o que não condiz E nessa surpresa tem toda a certeza que nunca a ilusão a aparência diz Porque estamos falidos, estamos persuadidos seremos indemnizados pelo próprio Juiz
3.
Sirenata 04:30
Como sacam canções de amor as pessoas que só dão estrilho? Para derramar o seu coração têm de usar a clave do sarilho Sem unhas para guitarra invadem o quartel dos bombeiros Fazem das buzinas mais estridentes seus próprios cancioneiros Onde não há diva, há saliva Onde não há ouro, lata Na tontura falha o tom mas nasce a sirenata No que diz respeito ao sopro não há uma corneta que sobre o asmático até nos peixes da capital bons pulmões descobre Para que todos serenem na sirene para que não seja rumor o romance para que não se amorteça o amor no mais alto alarme chancelamos a nossa chance
4.
Recordo os Entre Aspas num concerto na Portela de Sintra Daqueles que a Câmara fazia à pala e toda a Linha lá caía Bastava a primeira malha ter a batida mais abrir que logo se instalava o mais medonho mosh pit E os rapazes do pouco fazem fogo Com os rapazes a ignição é logo Não tínhamos mais de 15, 16 e protegíamos as nossas irmãs Uma mistura de Teddy Boys com os melhores escrúpulos do clã Vimos os Resistência e os Delfins Capitão Fantasma e Madredeus Ritual Tejo e Trovante Não fazes fita quando a entrada é gratuita
5.
Viver lisinho, esmagado Cem por cento agraciado Um Palácio sensato Sob o sapato E ter nas correntes valiosas serpentes que nos mordem com dentes sempre tão valentes P'ra nos tatuar e nunca olvidar a morada que temos e que imerecemos no endereço o inquilino será sempre impelido a afirmar que somos rãs nos aposentos de Reis Viver sem vocabulário p'ra descrever o cenário condenado a calar p'ra não desinterpretar Porque a tradução será sempre traição Uma poeira sem voz p'ra dizer o que vai em nós Sentir a pele fininha quase a rebentar com o recheio cá dentro sem espaço pra aguentar Na alegria o usuário rasga o questionário p'ra resumir que somos rãs nos aposentos de Reis
6.
(Para o Manel e para o Pedro.) Num palmo abaixo de água Vi o teu rosto bem Foi quando saíste do chão que realmente te encontrei Estava eu e a família na mesma condição As lágrimas nos nossos olhos vinham da tua submersão Para todo este pó Para toda esta sede Não chega uns pingos só Precisamos de um rio sem rede Não somos homens rijos Somos homens de água Não somos homens fortes Somos homens de água Não somos homens de ferro Somos homens de água E até no nosso enterro seremos homens de água
7.
Não dês por ti numa casa sem vista para as trincheiras onde esqueças os alicerces das tuas maneiras Não lembrando que o lar é onde a guerra está Porque o doce do aço jamais amargará Os vizinhos constituiram associação de moradores Para fazer turismo rural da câmara dos horrores E ao menos sabes que quando ouves o bombardeamento Estás junto da pátria do teu nascimento Não dês por ti numa casa sem vista para as trincheiras onde te faltem olhos para as paisagens verdadeiras Porque os registos dos territórios pacificados são bonitinhos mas estão photoshopados A tolerância do regime com lotes em liquidação Pra convencer que são donos os escravos da especulação Não são os passarinhos que tu ouves a cantar "bom dia" dizem os canhões "que o mundo está a acabar" Não compres o mundo está para acabar Não arrendes o mundo está para acabar não vendas o mundo está para acabar não precisas de lar se o mundo está para acabar Não há cá trips no Pós-Apocalipse É Roma sem Pax Este quintal do Mad Max Tu nunca te alarmas com porte de armas Qualquer sítio é o teu lar quando o mundo está para acabar
8.
Quando a animação te tira a disposição e te dá desilusão quando sai da loja o patrão Eu vou (4X) Eu vou coreografar essa boa detonação A alegria não vai lá com muita conversa A alegria para ser pura tem de ser travessa P'ra mim (4X) A alegria é disciplina em forma de motim O que é que se passa contigo? A boca diz "sou feliz" mas o corpo dança castigo Está tudo ao contrário Só convences quandos és mais alegre que o adversário Discurso ritmado sem pulso Palavra, todos ouvem ninguém grava Eu sei (4X) Com tanto moscamortismo dás fraco fora-da-lei Notório parlatório A pistola está no coldre e o cowboy no suspensório Só dorme (4X) Medalha de bailarino sem vida no uniforme
9.
Quando não sabes se és daqui, se és dali Ao menos dança como David Quando não sabes quem é que gosta de ti Ao menos dança como David Dança sem casaco, dança sem pudor Quando David dança, dança o amor Dança sem casaco, dança sem pudor Quando David dança é para o Criador
10.
De Lutero a luta, de Agostinho o gosto de Aquino a esquina, de Lewis a letra de Spurgeon a espora, de Vieira a veia de Kierkegaard o kicc, De Ockham o OK Miudagem, como é que é? Não há equipa mais dura que a deste plano nacional de leitura
11.
Quando ninguém sente nada por mim ouço a cançao até ao fim quando ninguém quer saber de mim ouço a canção até ao fim Rocha no coração Rocha no miolo rocha no rim tá ruim (3X) Quando ninguém faz nada por mim Ouço a canção até ao fim E há vezes que é só a canção que sente e sabe e faz por mim
12.
Por cada tropeço no compasso Pela dança que me desengonça Farás de todos os meus deslizes Coreografia certa para o que dizes E mesmo quando me vem à memória o refrão castiço que diz "aids, pop, repressão, o que é que eu fiz para merecer isso?" Contigo sou agradecido Contigo sou sempre agradecido Tudo passa, tudo passa Só não passa a graça.

about

As gravações deste disco começaram com uns registos feitos domesticamente. Uns poucos deles eram simples maquetes mas tornaram-se praticamente o resultado final. Depois, entre Junho e Outubro de 2012 estive no Armazém 42, o estúdio do João Eleutério, a gravar com ele a grande maioria das canções. Roubámos de artistas que gostamos, metemos instrumentos e vozes em cima, chamámos amigos para participarem com o seu talento. Este disco não existiria sem os dons, os sons e a inspiração de gente como a minha família (a minha mulher Ana Rute e as nossas crianças, a Maria, a Marta, o Joaquim e o Caleb), Deep Purple, Sylvester Stallone, Talking Heads, Alex D'Alva Teixeira, Pontos Negros, Charizma, Lacraus, Gonçalo Almeida, Cyndi Lauper, Suspiria Franklin (que acabou por não conseguir gravar connosco), Filipe da Graça, D'Angelo, Offspring, Beach Boys, Black Sabbath, José Camilo, Eduardo Mano, Chuva na Areia, Penelope Spheeris, Ben Monteiro, Justin Bieber, Rancid, Balla, Vereda Tropical, Ratos do Porão (que generosamente autorizaram a samplagem), Samuel Úria, Raconteurs, Larry Norman, os adeptos da Itália no Mundial de 2006, Rick Cua, Gabriel Fauré, João Mascarenhas e a Stealing Orchestra, Mário Cesariny, Selma Van Nespen, Beastie Boys, Pedro Lourenço, Nick Nicotine, HMB (Xis, Fred, Joel e Héber), Paul Schrader, Caetano Veloso, Chico Buarque, Sofia Martins, Vera Marmelo, Paulo Ribeiro, João Marques, Miguel Sousa. Ah, e claro: Robert Duvall.
Os desenhos e a composição gráfica são do Pedro Lourenço acompanhado da Sofia do Estúdio Fera. A fotografia é da Vera Marmelo.
Todas as canções são da minha autoria (excepto a "Orquestra de Ladrões" que foi feita com o João Mascarenhas e "Qual é o segredo por que as meninas gritam de medo?" que foi feita com os HMB).
A produção é do João Eleutério comigo.
A edição é da FlorCaveira.

Mais em www.florcaveira.com, prontosesinceros.tumblr.com, youtube.com/user/tiagocavaco, vozdodeserto.blogspot.com, igrejasdb.com.

Ora, àquele que é poderoso para vos livrar de tropeços e vos apresentar com exultação imaculados diante da sua glória; ao único Deus, nosso Salvador, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso; glória, majestade, império e soberania; antes de todas as eras, agora e por todos os séculos, amén.

13 de Novembro de 2012.
FlorCaveira 039

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released November 13, 2012

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